quinta-feira, 24 de setembro de 2009

CENTRO HISTÓRICO DO RIO DE JANEIRO


Galera no ônibus em direção ao Rio de Janeiro para uma aula de campo, num sábado letivo.

Os mais jovens talvez não se lembrem, mas a cidade do Rio de Janeiro já foi um estado, a Guanabara. Já o estado do Rio ficava ao redor e tinha Niterói como capital. Essa separação acabou por decreto e a partir de 15 de março de 1975 houve a fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro.


Lanchando enquanto atravessava a baía de Guanabara pela ponte Presidente Costa e Silva.

Inaugurada em 1974, a Ponte Presidente Costa e Silva, mais conhecida como Ponte Rio-Niterói, é uma das maiores pontes do mundo com seus 13 quilômetros de extensão e até 70 metros de altura no trecho do Vão Central.

Com fluxo médio de 135 mil veículos por dia, transportando cerca de 400 mil pessoas, a Ponte beneficia o intercâmbio comercial da região, facilita o escoamento da produção regional e contribui para o desenvolvimento turístico do Estado.



O professor Alexandre e os alunos na escadaria da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro - Alerj.



O Palácio Tiradentes, inaugurado em 1926, serviu de sede à Câmara dos Deputados até 1960, com interrupção de oito anos do Estado Novo, de 1937 a 1945, quando o Congresso foi fechado e o Palácio abrigou repartições do Ministério da Justiça.

Em 1960, com a transferência da Câmara para Brasília, o prédio ficou desocupado, servindo a convenções e congressos, até fins de 1974. Em 1975, por convênio, foi cedido à Assembleia Legislativa do Novo Estado do Rio, resultado da fusão do antigo Estado com a Guanabara.



Construído no terreno ocupado pela "Cadeia Velha", que abrigara os presos do período colonial, o palácio substituiu o prédio do antigo Parlamento Imperial. Seu nome homenageia o alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que ali esteve preso antes de ser conduzido à forca, em 21 de abril de 1792.



A Assembleia Legislativa, hoje, é integrada por 70 Deputados, que representam os eleitores das mais diversas regiões, dos vários bairros e de todas as classes sociais.

A finalidade principal do Poder Legislativo é criar leis. Para isso, cabe à ALERJ apreciar todas as proposições que lhe são apresentadas: projetos encaminhados pelo Governador (mensagens), projetos apresentados pelos próprios Deputados e proposições de origem popular (propostas subscritas por pelo menos 0,2 por cento do eleitorado estadual), os projetos aprovados pelo plenário podem ser vetados pelo Governador, cabendo à ALERJ manter ou rejeitar o veto segundo decisão da maioria. Caso seja rejeitado o veto, a lei é promulgada pelo Presidente da Assembleia.



















Visitando o Arco do Teles...



O Arco do Teles, localizado na Praça Quinze de Novembro, é datado do século XVIII. A antiga residência setecentista foi construída pela família Teles de Menezes e hoje é um marco na história carioca. O Arco pitoresco dá acesso à Travessa do Comércio que vai até a Rua da Lapa dos Mercadores, um interessante conjunto de casas do Rio antigo.



O conjunto monumental iniciado pelo arco, proporciona a entrada para um passeio pelo século XVIII. O Arco é obra do Brigadeiro João Fernandes Pinto Alpoim. Em um dos sobrados residia o Juiz de Órfãos, Francisco Teles de Menezes, onde, posteriormente, esteve instalada a Câmara, em 1750.



Somente este Arco resistiu ao grande incêndio que atingiu o conjunto arquitetônico em julho de 1790. No fogo, perderam-se importantes documentos do Senado da Câmara. A reconstrução foi imediata e auxiliada por autoridades locais. Hoje é um dos monumentos mais expressivos da influência portuguesa no Rio de Janeiro.



Momento em que o professor Alexandre contava para os alunos a origem da expressão "ficar enfezado".






A Casa do Telles ficava localizada em cima de um Arco que ficou conhecido como Arco do Telles. Foi construída em 1730 por José Fernandes Pinto Alpoim, pertencia à família Telles de Menezes e atualmente possui apenas um dos casarões originais.



O Arco atualmente dá acesso à Travessa do Comércio, anteriormente conhecida como Beco do Peixe.





















O Chafariz da Pirâmide foi construído no Largo do Carmo, na beira do Cais, em 1779, para substituir outro existente no meio do Largo, visando melhor atender ao movimento de abastecimento de água das embarcações do Cais. Estava localizado junto ao mar, mas hoje uma larga Avenida e toda a Praça da Estação das Barcas separa o Chafariz das águas da Baía de Guanabara.

O Chafariz, foi contruído em gnaisse carioca e representa uma torre, encimada por uma pirâmide com delicados ornamentos, tendo em seu topo a Esfera Armilar, que é o globo terrestre representado pelos paralelos e meridianos e simbolizava o poderio do Rei de Portugal ao redor do mundo. Na face que dá para o mar vêem-se as armas do Vice-Rei, acompanhadas de uma inscrição latina.




Parte da frente do Chafariz.



Detalhe do Chafariz, mostrando a pirâmide que lhe deu nome encimado pela Esfera Armilar.


Igreja Nossa Senhora do Carmo.


Essa igreja foi testemunha de grandes acontecimentos históricos: nela foi aclamado o único rei na América-Latina, D. João VI, além das coroações de D. Pedro I e de D. Pedro II, dos casamentos do príncipe D.Pedro com D. Leopoldina de Áustria e da Princesa Isabel com o Conde D'Eu.



Ao chegar ao Rio de Janeiro, ao final do século XVI, os carmelitas receberam como doação uma pequena capela dedicada a Nossa Senhora do Ó, na então Rua Direita.

Ao lado desta capela foi construído o Convento do Carmo. A capelinha deu lugar à Igreja na segunda metade do século XVIII. Sua construção, realizada por Mestre Manuel Alves Setúbal, durou quinze anos. A sagração da nova Igreja ocorreu em 22 de julho de 1770. O talha do interior foi obra posterior de mestre Inácio Ferreira Pinto, iniciada 15 anos após a sagração.

Como a chegada da Família Real Portuguesa e sua Corte ao Rio de Janeiro, em1808, o vizinho Paço dos Vice-Reis (atual Paço Imperial) foi próximo, D. João VI designou a Igreja do Carmo como nova Capela Real Portuguesa e, pouco mais tarde, também como Catedral do Rio de Janeiro, condição que manteve até 1977, quando foi inaugurada a nova Catedral Metropolitana, na avenida Chile.

Como Capela Real, a Igreja do Carmo foi palco de importantes eventos, como a sagração deD. João VI como Rei de Portugal, em 20 de março de 1816, após a morte da rainha D. Maria I. Aqui também se casaram o príncipe D. Pedro, futuro Imperador do Brasil, com D. Leopoldina de Áustria, no dia 6 de novembro de 1817. Os imperadores D. Pedro I e D. Pedro II foram sagrados nesta Igreja.




A fachada foi completada apenas por volta de 1822 pelo arquiteto português Pedro Alexandre Cavroé, que deu ao edifício um frontão elevado em estilo clássico.


Após a Independência do Brasil, a Igreja do Carmo passou a ser a Capela Imperial e sediou as cerimônias de sagração dos imperadores D. Pedro I, bem como o casamento da Princesa Isabel com Gastão de Orléans, o Conde D'Eu, em 15 de outubro de 1864.



Para permitir a ligação da rua do Cano (atual rua Sete de Setembro) com o largo do Paço, em1875 (1857 segundo outros autores) foram demolidas a torre e a portaria do antigo Convento. Um passadiço elevado conectou os dois edifícios até 1890.


Por determinação do Cardeal Arcoverde, a torre foi reconstruída em 1905 e, em 1910, construiu-se o frontispício voltado para a rua Sete de Setembro. Estas obras afastaram o conjunto das suas linhas originais.




Em 1976, quando a nova catedral para o Rio de Janeiro foi concluída, a Igreja do Carmo perdeu a sua condição de catedral, sendo a partir daí também chamada a Antiga Sé (Sé = Catedral).

A fachada principal da Igreja do Carmo é um tanto assimétrica devido ao posicionamento da torre, longe do corpo central. Por volta de 1900 a fachada e a torre foram muito alteradas; apenas o primeiro andar da fachada, com os três portais em estilo pombalino lisboeta, é ainda original.


A estátua em um nicho da fachada representa o santo padroeiro da cidade,São Sebastião. A torre, reconstruída entre 1905 e 1913 pelo arquiteto italiano Rafael Rebecchi, é encimada por uma estátua, em bronze, de Nossa Senhora da Conceição.


No interior, as paredes da nave única possuem uma série de capelas laterais profundas separadas por pilastras.


Sobre cada capela há um balcão (tribuna) que se alterna com pilastras contendo telas ovais com pinturas dos Apóstolos, de autoria do pintor colonial José Leandro de Carvalho. O teto, de madeira curvada, é subdividido em tramos que acompanham as divisões da nave.

Sobre cada balcão há uma abertura no teto (luneta) que permite a entrada de luz.

No fundo da nave encontra-se a capela-mor, separada desta por um arco-cruzeiro.

A decoração do interior é a principal atração artística do edifício, graças ao magnífico trabalho de talha dourada de feição rococó que cobre a capela-mor, arco-cruzeiro, capelas laterais, nave e teto.

A talha, de grande unidade de estilo, foi executada a partir de 1785 pelo escultor Inácio Ferreira Pinto, um dos maiores artistas do Rio de Janeiro colonial. A estética rococó da talha é evidenciada pelo tipo e distribuição dos ornatos, repartidos em painéis com molduras douradas, que não chegam a cobrir toda a superfície, permitindo o contraste entre o dourado e os fundos brancos e transmitindo uma sensação de elegância.


Uma lápide, no corredor lateral que dá acesso à sacristia, assinala que ali se encontram depositados, desde 1903, em uma urna de chumbo, parte dos restos mortais de Pedro Álvares Cabral, descobridor do Brasil, que jazem na Igreja de Santa Maria da Graça em Santarém, Portugal.